João Pimenta, mais conhecido como Joca,
às vezes Reitor Pimenta, desenrasca-se bem. Quando aqueles promotores
portugueses não respeitam as bandas nacionais, nem as tratam como às
estrangeiras, Joca, com os 10 000 Russos, arregaça as
mangas e mete o pé na estrada com Pedro Pestana e André Couto. Abriu a Floc de Neu por
isso mesmo, porque acredita que boas bandas merecem levar a todo o lado a
música que fazem.
Quem acompanha o seu
perfil do Facebook poderá achar graça (outros nem tanto) aos detalhes que conta
sobre os acontecimentos estranhos que fazem parte das digressões ou das muitas
viagens que já fez. Pelo menos nós achámos a umas quantas, principalmente
porque consegue ser desbocado e não tem filtros - há coisas que nos acontecem
na vida que nem nós acreditamos serem realidade. Abriu uma loja de roupa de
segunda mão, a Ornitorrinco, já foi professor das Novas Oportunidades e outras
tantas coisas que o levaram a chegar a uma conclusão: há que fazer pela vida e
correr atrás, nem que para atingir um objectivo se vá por caminho incerto. Joca
recomenda 5 livros, 5 discos, 5 filmes, independentemente do rótulo, género ou
formato.
5 livros:
- A Connecticut Yankee in King Arhur's
Court de Mark Twain.
Livro que estou a
ler agora. Um operário do Connecticut um dia acorda na Inglaterra do século VI.
Surreal e extremamente cómico nas questões que coloca, quando um homem do
século XIX tecnológico e racional tenta instalar a democracia numa sociedade
arcaica. Extremamente actual.
- A brasileira
de Prazins de Camilo Castelo Branco.
Livro que li na
digressão. Uma das poucas novelas declaradamente realistas de Camilo, e sem
dúvida depois de "Anátema" o livro que mais curti dele. Imaginem Eça
a escrever sobre o povo em vez da burguesia. A ideia de 2 países está sempre
presente no livro. 2 países que tropeçam um no outro constantemente.
- Submissão de
Michel Houellebecq.
Livro adquirido numa
loja de discos em Praga agora durante a última digressão. Já tinha ouvido falar
dele, dado que esta seria a capa satírica seguinte do Charlie Hebdo antes do
atentado. França de 2022 governada por um Obama muçulmano. Tem um pendor de "isto
ainda vai acontecer" que o torna fascinante. A ideia de 2 países que
tropeçam um no outro também presente como no livro anterior.
- So
anyway de John Cleese.
Sou cada vez
mais um fã de biografias, e esta não escapa à regra. Um olhar voyeurista sobre um dos meus
heróis. Entender que alguns gags dos
Python que vem directamente do passado de Cleese como criança e teen, só
adiciona mais sumo a este grande smoothie
voyeurista que é a biografia de alguém.
- Sobre a democracia de
Aldous Huxley.
Um dos autores mais
inteligentes que já tive oportunidade de ler. Aqui discernindo sobre vários
assuntos que vão da teologia à moral, compilando vários ensaios por si
escritos. O ensaio sobre a recusa propositada do conforto humano no período
"queda do Império Romano - industrialização" e das coisas mais
interessantes que li nos últimos tempos.
5 discos que ando a ouvir:
- II de
Follakzoid.
- Musik von de
Harmonia.
- Levitate de
The Fall.
- Os
sobreviventes de Sérgio Godinho.
- Distress Distress de
10 000 Russos (não quero parecer wanker mas
é verdade).
5 filmes/séries:
Não sou nada de ver
séries excluindo alguma britcom.
Filmes só vi o Leviatã de um realizador russo que a minha cabeça não
conseguiu decorar.
Docs do netflix,
isso janto de vez em quando.
American anarchist de Charlie
Siskel.
City of god: 10 years later de
Cavi Borges.
Great british
castles de Gerry
Hoban, Maurice Sweeney, Sarah Share.
The other one: The long, Strange trip of Bob Weir de
Mike Fleiss.
Danny says de Brendan Toller.