Costuma dizer-se que o sorriso é a linguagem universal e o amor a linguagem específica e pessoal de cada um mas que acarreta uma particular distinção: é sentido e manifestado de várias maneiras por toda a gente.
Este filme é um dos mais
delicados e profundos que já vi porque retrata um amor de verão, um primeiro amor
e um que sentimos na pele enquanto vemos o filme, só que não vemos apenas o
filme, vivemo-lo também.
A banda sonora é interpretada
maravilhosamente por Sufjan Stevens e os actores relacionam-se um com o outro
como se o verão só existisse para eles, e de facto, assim o é.
A cena final é uma das mais
bem conseguidas que já vi em cinema, extremamente tocante e que faz literalmente arrepiar.
Eles foram o mundo inteiro
naquele verão.
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te
encontro
Em todas as ruas te
perco..
- Mário Cesariny -