Arthur Russell nasceu em 1952 nos EUA. Começou a interessar-se por música desde pequeno ingressando na orquestra da escola que frequen...

Breaking the Fourh Wall: «Wild combination – A Portrait of Arthur Russell» (2008)


Arthur Russell nasceu em 1952 nos EUA. Começou a interessar-se por música desde pequeno ingressando na orquestra da escola que frequentava e dedicou-se primeiramente ao violoncelo, instrumento que sua mãe também tocava. 


A sua paixão e dedicação pela música levou-o a mudar-se para São Francisco e Nova Iorque onde conheceu e conviveu com poetas e músicos progressistas da altura, nomeadamente Allen Ginsberg e Phillip Glass com quem colaborou nalgumas composições. Teve vários projectos paralelos como Dinosaur, Loose Joints e a banda The Flying Hearts. A sua música é extremamente ecléctica e variada, havendo a presença constante do uso de ecos, um dos efeitos predilectos do músico, algum drone criado por sons ambientes e o uso pouco convencional do violoncelo. A sua música tem uma sensibilidade Pop unida a uma forte composição vanguardista, as letras são profundas e possuidoras de uma larga densidade poética. Arthur Russell acabou por falecer vítima de HIV em 1992, mas, mesmo doente, continuou a tocar músicas para o amor da sua vida e namorado de longa data, Bob Lee. Como produtor da sua obra musical, Arthur Russel fez música que apelidou de “Bubblegum Buddhist”. Foi uma figura importante do movimento musical de vanguarda, mas a sua música só passou a ser largamente apreciada e reconhecida após o seu falecimento.


Neste documentário temos acesso a entrevistas de algumas figuras da música como Phillip Glass que conviveram e tocaram com Arthur Russell, dos seus pais que dão algum background sobre a infância, adolescência e amor pela música, assim como alguns críticos musicais e outros músicos que afirmam o seu brilhantismo. A música que Arthur Russell criou continua a respirar por si mesma, sendo que pode ser considerada que foi feita numa altura muito à frente do seu tempo mas, na realidade, acaba por ser música que será sempre intemporal.



TEXTO: CLÁUDIA ZAFRE
IMAGENS: Frames do documentário «Wild combination – A Portrait of Arthur Russell», (2008)