Joan Baez começou a tocar
guitarra muito cedo, levava-a para o liceu e tocava na hora de almoço atraindo a
atenção de colegas, tocava também com a sua irmã e a sua ascensão a estatuto de
rainha da música Folk tratou-se de uma questão de poucos anos.
A sua voz cristalina mas forte assim como a sua forma peculiar e
única de tocar guitarra afirmou-a como uma das cantautoras norte-americanas
mais importantes da sua década. Assumindo sempre o seu estatuto de pacifista
(qualidade que herdou e que partilhava com a sua família, especialmente o seu
pai) não se negou a participar em demonstrações de apoio à integração dos
afro-americanos e junto a Martin Luther King lutou pelos direitos mais que
merecidos da comunidade afro-americana. Participou também em marchas e foi
activa no seu protesto contra o recrutamento de americanos para a guerra do
Vietname, coisa que fez com que fosse detida e presa, apesar disso manteve as
suas posições e convicções no âmbito da justiça social porque sempre afirmou
que se criava músicas com significado profundo teria também que aplicar esse
sentido à sociedade e ao mundo que a rodeava.
Este documentário foca-se na sua adolescência, percurso de
activismo político, a sua carreira musical assim como a sua relação com Bob
Dylan com quem partilhou palcos. Como hoje é o dia da mulher, foquemo-nos numa
que apesar do seu enorme talento e reconhecimento não se absteve de interagir e
de lutar pelas causas em que acreditava, tendo em mente ajudar a criar um mundo
um pouco melhor, mais justo e digno: "We Shall Overcome."
TEXTO: CLÁUDIA ZAFRE
IMAGENS: Frames do documentário «Joan Baez – How Sweet the Sound», (2009)