The Residents são uma das
bandas mais influentes, produtivas e carismáticas que emergiram nos EUA e ao longo
de quatro décadas de carreira conseguiram consolidar uma sólida base de fãs e
um estatuto de culto que os coloca no seu próprio patamar. Quem já ouviu The
Residents sabe que não há qualquer outra banda que soe como eles e que foi a
sua audácia de misturar vários géneros musicais que lhes permitiu construir a
sua sonoridade distinta.
A aparente criatividade
inesgotável da banda fez com que editassem mais de sessenta discos ao longo dos
anos, telediscos que pela sua qualidade artística e experimentalismo fossem exibidos
em vários museus de arte contemporânea e vários projectos multimédia.
Uma das mais interessantes incursões dos The Residents foi no campo dos jogos de computador, editando em 1995 – BAD DAY ON THE MIDWAY que chegou a ganhar vários prémios. O jogo centra-se numa série de puzzles que o jogador tem de resolver e o estilo de jogo é do género de aventura de point and click. Para este jogo fizeram também uma banda sonora intitulada HAVE A BAD DAY em 1996. A banda sonora adequa-se na perfeição à atmosfera do jogo, sendo bastante onírica, mas extremamente negra, como se estivéssemos de alguma forma presos num pesadelo que apesar de ser pesado é ao mesmo tempo intrigante e fascinante. Talvez seja por essa razão que o jogo foi planeado para ser uma série de televisão e o nome escolhido para a realizar seria nem mais que o mestre do subconsciente, o realizador americano David Lynch. Infelizmente, o projecto acabou por não seguir em frente mas é mais um trabalho dos The Residents que vale a pena descobrir.
Uma das mais interessantes incursões dos The Residents foi no campo dos jogos de computador, editando em 1995 – BAD DAY ON THE MIDWAY que chegou a ganhar vários prémios. O jogo centra-se numa série de puzzles que o jogador tem de resolver e o estilo de jogo é do género de aventura de point and click. Para este jogo fizeram também uma banda sonora intitulada HAVE A BAD DAY em 1996. A banda sonora adequa-se na perfeição à atmosfera do jogo, sendo bastante onírica, mas extremamente negra, como se estivéssemos de alguma forma presos num pesadelo que apesar de ser pesado é ao mesmo tempo intrigante e fascinante. Talvez seja por essa razão que o jogo foi planeado para ser uma série de televisão e o nome escolhido para a realizar seria nem mais que o mestre do subconsciente, o realizador americano David Lynch. Infelizmente, o projecto acabou por não seguir em frente mas é mais um trabalho dos The Residents que vale a pena descobrir.
Neste documentário realizado
por Don Hardy Jr não há qualquer revelação da verdadeira identidade dos músicos
que fazem parte deste colectivo one of a kind, mas a associação que os representa,
The Cryptic Corporation revela alguns dados importantes e permite o acesso aos
vastos arquivos da banda.
São também mostrados excertos
de concertos performance da banda realizados nos EUA e Europa no âmbito da
comemoração dos seus quarenta anos de carreira. Há também entrevistas a alguns
músicos que são fãs dos The Residents e que admitem a sua influência nos seus
próprios trabalhos, como é o caso de bandas como Primus, Devo e Ween e também o
criador dos The Simpsons, Matt Groening que sempre se assumiu como fã da banda.
O documentário foca-se bastante
no tema visual e na imagem icónica que a banda conseguiu preservar ao longo dos
anos, sendo também interessante saber como foram construídos e desenhados os
globos oculares gigantescos que a banda usa.
Uma das ideias subjacentes no
documentário e que firmou a autenticidade deste grupo é que a prevalência de ideias
originais e fora-da-caixa permitiu-lhes construir um universo próprio que se
afasta completamente das convenções de fama e egomania que impera em muitas
bandas. A sua dádiva aos fãs é a criação de um habitat bizarro, imprevisível, mas
estranhamente confortável que cativou e continua a cativar os melómanos mais
curiosos e ávidos por criações artísticas, sejam elas musicais ou visuais que
desafiam as normas da sociedade dita convencional.
Os The Residents lembram-nos que a arte não necessita de recorrer a fórmulas do passado, mas que é na reinvenção ou completa destruição dessas fórmulas que se alcança a verdadeira liberdade artística.
Os The Residents lembram-nos que a arte não necessita de recorrer a fórmulas do passado, mas que é na reinvenção ou completa destruição dessas fórmulas que se alcança a verdadeira liberdade artística.
É um documentário essencial
para apreciar o universo dos The Residents e que é fantástico assistir antes ou
depois de ICKY FLIX, um dvd editado em 2001 que reúne telediscos fantásticos e excertos
de concertos. São trabalhos que podem converter alguém a tornar-se também ele/a
um/a residente.
TEXTO: CLÁUDIA ZAFRE
IMAGENS: Frames tirados dos filmes