Gulbenkian Música: Petra Cvelbar
A programação musical deste mês de Agosto na Gulbenkian é dedicada a um nome incontornável e robusto da música jazz e experimental, John Zorn. Um músico ímpar que muito tem contribuído para a quebra de barreiras no jazz e na música experimental, tendo feito algumas caminhadas na música mais extrema ao lado de Yamatsuka Eye no seu projecto colaborativo Naked City que mistura a ferocidade do Grindcore, presente nas guitarras, bateria e vocalizações de Yamatsuka e o jazz livre que flui do saxofone de John Zorn. De uma criatividade imparável, criou também a Electric Masada, uma banda que mistura klezmer com free jazz, rock experimental e jazz de vanguarda e que integra nomes igualmente fortes como Trevor Dunn (presente em vários projectos sendo talvez os mais populares Melvins, Mr. Bungle e Secret Chiefs 3), Ikue Mori (IOOi), Cyro Baptista (membro de vários projectos inclusivamente The Dreamers também com John Zorn), Joey Baron (Naked City), Marc Ribot (The Lounge Lizards), Kenny Wolensen (The Dreamers) e Jamie Saft (The Dreamers). São muitos os músicos com quem colabora ou colaborou e existe uma grande rede de colaboração artística que brota da Tzadik, a editora independente que formou em 1995 e que se dedica ao lançamento de registos de jazz, música de improviso e música experimental.
A Gulbenkian acolhe durante este mês quente de Agosto a criatividade fervorosa de John Zorn no festival JOHN ZORN - SPECIAL EDITION na que é a 35ª edição do Festival Jazz na Gulbenkian que decorre de 27 de Julho a 5 de Agosto.
O festival vai ser palco de inúmeros concertos que podem consultar na agenda do site da Gulbenkian e que reflectem o génio de músicos jazz da cena nova-iorquina. Dia 5 de Agosto (Domingo) vai ser possível assistir ao concerto de Secret Chiefs 3 marcado para as 21h30.
Secret Chiefs 3 © Olivia Yoama
Secret Chiefs 3 germinou na cabeça de Trey Spruance que formou a banda em 1995 e até hoje nos têm presenteado com vários discos de estúdio. É uma banda que não tem medo de quebrar barreiras, nem de ir buscar influências a outros géneros musicais. O elemento surpresa está presente em todas as suas composições por não sabermos o que esperar de segundo a segundo. Há música de influência árabe e asiática, surf rock, progressivo de vanguarda e electrónica. Uma banda que está completamente fora da colagem de rótulos e de uma criatividade exuberante é o que se espera para terminar em grande a 35ª edição de Festival Jazz em Agosto da Gulbenkian.
TEXTO: CLÁUDIA ZAFRE