O acto de criação artística pode
partir de várias fontes, tais como experiências pessoais, contextos sociais e/ou
influências de outros artistas ou obras de arte. O artista cria o seu próprio
imaginário e universo a partir de determinadas referências que o cativam e é
com a ajuda delas que consegue transmitir as suas mensagens. Existe sempre um
suporte de referências ou influências, pelo menos na maior parte dos casos, mas
parece que houve excepções à regra ao longo da história. O artista americano de
origem polaca, Stanislav Szukalski conseguiu criar um mundo artístico com
referências únicas e muito particulares. Um pouco iconoclasta e bastante
megalómano, produziu centenas de esculturas, desenhos, pinturas, escreveu livros de história onde
expressou as suas teorias um pouco excêntricas e fez desenhos projecto para
monumentos.
No documentário, Struggle: The Life and Lost Art of Szukalski (2018), realizado
por Irek Dobrowolski, temos acesso a gravações das inúmeras explicações de
Stanislav sobre espiritualidade, arte e o seu desdém por críticos de arte. Há
também alguns twists durante o documentário que podem criar alguns sentimentos contraditórios
em relação a este criador tão invulgar. Acompanhamos a sua vida desde a sua
adolescência na Polónia e Estados Unidos, onde chegou a conviver com
algumas personalidades de renome de Hollywood, tais como o argumentista, Ben
Hecht, que foi uma voz activa em relação às atrocidades cometidas pela Alemanha
Nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
Há também entrevistas a Glenn
Bray, um colecionador de raridades artísticas que na sua adolescência encontrou
um livro raríssimo de Szukalski e a partir daí nutriu o seu fascínio pelo artista,
tornando-se um dos seus melhores amigos. É um documentário que nos permite
aceder às ideias ditas pouco convencionais de um criador que não se deixou
reger pelos críticos e que conseguiu criar o seu próprio universo.
Imagens: Frames do Doc. Struggle, The Life and Lost Art of Szukalski (2018)