A fusão de comédia com terror é bastante complicada de conseguir com resultados mais ou menos satisfatórios. Este filme realizado p...

Numa Relação Séria com a Netflix: The Babysitter (2017)



A fusão de comédia com terror é bastante complicada de conseguir com resultados mais ou menos satisfatórios. Este filme realizado por McG consegue fazê-lo com mestria. Se o género slasher se torna demasiado derivativo desde o boom dos anos 80, é com prazer que o vemos ser revitalizado com uma vilã credível, mortes muito imaginativas e uma quantidade generosa de sangue. Além disso, temos comic reliefs suficientes para tornar toda a carnificina bastante mais tolerável. Apesar do nome ser bastante genérico e não suscitar muito interesse, os primeiros minutos do filme mostram uma cinematografia cuidada, inovadora e um pouco pop. 


Podia ser uma história terna de amizade entre uma babysitter e o rapaz de quem toma conta, e no fundo até o é, no entanto, a loura esbelta babysitter revela-se a líder de uma seita satânica que não olha a meios para atingir os seus fins. Más notícias para todos os que se metem no seu caminho, inclusivamente o seu jovem amigo. 


É também de partir o coração quando somos mais novos e temos uma paixão platónica por alguém que se revela ser a nossa melhor amiga, mas que na realidade apenas nos quer usar para um ritual satânico de grande magnitude. Quem já passou por essa experiência, compreenderá perfeitamente estas minhas linhas. 


O filme consegue suster a sua premissa aparentemente simples – babysitter é psicopata e satânica – através de uma dose simpática de suspense, gore e twists. Para fãs de filmes cheesy de terror dos anos 80 e 90 é uma autêntica delícia e dá um novo sentido ao jogo popular americano do spin the bottle. Não é uma obra-prima, mas é um híbrido fantástico de terror/comédia. 


TEXTO: CLÁUDIA ZAFRE
SÉRIE: The Babysitter
Imagens: Frames do filme