sexta-feira, 1 de março de 2019

Numa relação séria com a Netflix: Verónica (2017)



As histórias de possessão demoníaca no género de terror são tão imprescindíveis quanto uma rodela de limão numa cerveja Corona. No entanto, são poucas as que realmente se distinguem pela qualidade no desenvolvimento de personagens e pelas excelentes interpretações. Neste filme realizado por Paco Plaza, há um cuidado particular na caracterização das personagens que é ajudada por uma muito boa interpretação da actriz principal, Sandra Escacena no papel de Verónica.


A história abre como um aparente drama familiar em que Verónica, uma rapariga de 15 anos tem de tomar conta dos seus irmãos mais novos, devido ao facto da sua mãe trabalhar turnos muito longos. Verónica é uma rapariga dócil, corajosa e possuidora de um mundo interior bastante rico, mas tudo muda numa tarde em que “brinca” com um tabuleiro ouija com mais duas colegas de escola. A partir daí, sucedem-se eventos sobrenaturais que ameaçam não só a sua segurança como, também, a da sua família.


É um filme que conta com uma montagem muito competente, um bom set up de momentos de suspense e que nos faz criar muita empatia com Verónica na sua luta de proteger a família contra as forças malignas do paranormal.


Além de tudo isso, o filme é esteticamente bonito e realizado com muito bom gosto. Uma lufada de ar fresco num género popular, mas que por vezes se vê dominado por demasiados clichês. 

Texto: CLÁUDIA ZAFRE
Filme: Verónica
Imagens: Frames do filme