É complicado ser optimista em
relação a sequelas quando ao longo da história da sétima arte, elas revelam-se
sempre entediantes, pouco “iluminadas” ou simplesmente exercícios fúteis para
facturar dinheiro, mas Creep 2 é uma das excepções à regra.
Realizado por Patrick Brice e novamente
com a participação brilhante de Mark Duplass no papel de sociopata/psicopata
com um elevado nível de charme, Creep 2 revela-se uma sequela muito intensa e
profunda. Aaron (interpretado por Mark Duplass) é uma personagem intensamente
explorada nesta sequela, constituída por camadas de complexidade psicológica e
emocional.
A narrativa começa com Sara, uma jovem adulta que tem uma série web
chamada “Encounters” na qual se dispõe a conhecer pessoas supostamente
peculiares e bizarras com quem mantém contacto no site Craigslist. Num belo
dia, é contactada por um homem misterioso que afirma ser um serial-killer e que
a convida a passar uns dias com ele para filmar a sua vida. Sara aceita a
oferta com o intuito de criar uma peça de vídeo que seja chocante e lhe dê
visibilidade.
É fascinante ver a relação
entre Aaron e Sara desenvolver-se e seguir os seus twists. Há imprevisibilidade
de cena para cena e não sabemos ao certo o que Aaron é capaz ou não de fazer. A
sequela tem momentos mais cómicos e corrosivos que o filme original e é
interessante ver como a personagem interpretada por Mark Duplass revela a pouco
e pouco peças da sua personalidade complexa e magnética.
Creep 2 com o seu estilo de
found footage consegue manter-nos colados/as ao ecrã e surpreendidos por cada
linha de diálogo e acção. Um filme que mantém o nível elevado do original e é
com alguma curiosidade que se espera pelo possível Creep 3 com mais aventuras e
desventuras do creep de serviço, Mark Duplass.
Texto: CLÁUDIA ZAFRE
Filme: Creep 2
Imagens: Frames do filme