quinta-feira, 11 de abril de 2019

Numa relação séria com a Netflix: Creep 2 (2017)



É complicado ser optimista em relação a sequelas quando ao longo da história da sétima arte, elas revelam-se sempre entediantes, pouco “iluminadas” ou simplesmente exercícios fúteis para facturar dinheiro, mas Creep 2 é uma das excepções à regra. 

Realizado por Patrick Brice e novamente com a participação brilhante de Mark Duplass no papel de sociopata/psicopata com um elevado nível de charme, Creep 2 revela-se uma sequela muito intensa e profunda. Aaron (interpretado por Mark Duplass) é uma personagem intensamente explorada nesta sequela, constituída por camadas de complexidade psicológica e emocional. 


A narrativa começa com Sara, uma jovem adulta que tem uma série web chamada “Encounters” na qual se dispõe a conhecer pessoas supostamente peculiares e bizarras com quem mantém contacto no site Craigslist. Num belo dia, é contactada por um homem misterioso que afirma ser um serial-killer e que a convida a passar uns dias com ele para filmar a sua vida. Sara aceita a oferta com o intuito de criar uma peça de vídeo que seja chocante e lhe dê visibilidade.


É fascinante ver a relação entre Aaron e Sara  desenvolver-se e seguir os seus twists. Há imprevisibilidade de cena para cena e não sabemos ao certo o que Aaron é capaz ou não de fazer. A sequela tem momentos mais cómicos e corrosivos que o filme original e é interessante ver como a personagem interpretada por Mark Duplass revela a pouco e pouco peças da sua personalidade complexa e magnética. 


Creep 2 com o seu estilo de found footage consegue manter-nos colados/as ao ecrã e surpreendidos por cada linha de diálogo e acção. Um filme que mantém o nível elevado do original e é com alguma curiosidade que se espera pelo possível Creep 3 com mais aventuras e desventuras do creep de serviço, Mark Duplass. 

Texto: CLÁUDIA ZAFRE
Filme: Creep 2  
Imagens: Frames do filme