quinta-feira, 23 de maio de 2019

THE STACHES: The Lake is Pointless (2019)

Género: rock, art punk, post-punk
Álbum: The Lake is Pointless
Data de lançamento: 1 de Março, 2019
Editora: Bongo Joe records
https://staches.bandcamp.com/album/this-lake-is-pointless


Quando entramos numa loja de doces e guloseimas, somos muitas vezes conquistados pelas cores, formas e feitios, variedades e possibilidades de sabores que apenas conseguimos imaginar. A escolha torna-se, por vezes, complicada quando nos deparamos com a imaginação e criatividade de algumas das guloseimas. Feita a escolha, fazemos a exploração dos sabores e maravilhamo-nos com as cores. Esta curiosidade pelas cores aguerridas e sabores arrojados, desperta novamente a nossa criança interior. Quem disse que o mundo tem de ser sempre rotineiro e aborrecido?

Podemos viver numa constante busca pelo interessante e irreverente. A arte proporciona-nos essa busca e a alegre conquista da descoberta. Assim como as guloseimas da loja, existem bandas que nos surpreendem pelas suas “cores” e que muitas vezes não conseguimos ou é quase impossível rotulá-las de acordo com os géneros musicais conhecidos. É o que acontece com The Staches.

The Staches é uma banda que nasceu na Suiça em 2009, formada por Lise Sutter (voz, sintetizadores), Charlotte Mermoud (baixo, voz), Martin Burger (bateria) e Léo Marchand (guitarra). Foi este ano que lançaram The Lake is Pointless, pela editora Bongo Joe. O som é bastante particular e perpassa o sentimento de que se divertiram a gravar os temas em conjunto. Essa boa disposição passa também para o ouvinte quando se escuta os 13 temas do disco. Há influências de um post-punk nada cinzentão e bastante gingão, “colorido” e cheio de imprevisibilidade. Nada deriva de uma fórmula rígida ou austera, há apenas composições livres e cheia de bon esprit para ser consumidas com a curiosidade e entusiasmos da nossa criança interior.

Há humor nas letras e nos próprios títulos das músicas (Beaver Love, Thank God for McDonald’s) uma piscadela de olho a bandas dos anos 80 como The Slits, especialmente nas batidas e nos sintetizadores que assumem vida própria, assim como nas vocalizações femininas aguerridas, despojadas e cheias de carisma.

É um disco diverso, colorido e surpreendente que prova que a música pode ser divertida, bem-humorada sem perder sofisticação ou requinte. 

- TRANSLATION - 

Genre: rock, art punk, post-punk
Album: The Lake is Pointless
Release: 1 de Março, 2019
Label: Bongo Joe records

The Staches, bandcamp

When we enter a candyshop we are most of the times, overwhelmed by the amount of color, shapes and sizes, variety and possibility of flavours we can yet imagine. The choise, becomes hard when we witness the sheer criativity and imagination of some of those sweets. When the choice is made, we explore the flavours and we marvel at its colors. This curiosity by vibrant colors and bold flavours, awakens our inner child. Who said that the world has to be boring and uneventful?

We can live in a constant search for what is irreverent and interesting. Art can provides us with that search and the joy that comes with finding something fresh and new. Like the sweets in the candyshop, there are bands that surprise us by their “colors” and that sometimes we can’t label with the existing music genres. That’s what happens with The Staches. 

The Staches is a band born in Switzerland in 2009, formed by Lise Sutter (vocals, synths), Charlotte Mermoud (bass, background vocals), Martin Burger (drums) and Léo Marchand (guitar). 

This year they released The Lake is Pointless, through the label Bongo Joe. Their sound is quite peculiar and it gives us the feeling that they had a lot of fun while recording the songs. 

That gaiety and good mood reaches the listener all along the 13 songs of the record. There are influences of a fun post-punk that is far from being “gray” and that is filled with unpredictability. Nothing derives from a rigid or austere formula, there are instead free flowing compostions filled with bon esprit and ready to be consumed by the curiosity and enthusiasm of our inner child. 

There is humor in the lyrics and the song titles (Beaver Love, Thank God for McDonald’s), a wink to 80’s bands like The Slits, especially in the beats, the synths that have their own life, as well as in the fun and fierce female vocals that are filled with charisma. 

It’s a fun, colourful and surprising record that proves that music can be fun, good-humored without losing sophistication or refinement.

Texto | Text: Cláudia Zafre
Tradução | Translation: Cláudia Zafre