terça-feira, 15 de outubro de 2019

Dom Pescoço: A importância das raízes e de uma consciência ecológica e humanitária

Imagem por Camila Grun 

Dom Pescoço é uma banda que nasceu em 2014 em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Foi em 2015 que lançaram Cuba Corazón, um single com respectivo teledisco que lhes garantiu visibilidade para pisar os palcos de vários festivais no Brasil. 

Foi logo no ano seguinte que editaram "Temperar", um disco composto por cinco temas que os fez descobrir e cunhar o termo com que passaram a identificar o seu som. Tropsicodelia é também esse o nome do seu original editado no ano passado pela Bigorna Discos

Uma banda bastante múltipla, onde cada músico tem a sua contribuição nas vozes e composições, as múltiplas influências vão desde ritmos funk cariocas ao rock alternativo, passando também pelo samba e disco sound. Esta diversidade de influências faz com que o seu som, assim como a estética, seja como a banda a define: “lúdica, multifacetada e libertária”.

Imagem por Camila Grun 

- Dom Pescoço parece ser uma banda muito fluída e harmoniosa, em termos da contribuição de cada um de vocês. Como decidiram formar a banda? Conheceram-se todos em São José Dos Campos?
Dom de Oliveira: Tudo flui em sua maioria em conjunto, principalmente na questão de criação de arranjos. Tudo é muito conversado nos ensaios e, principalmente, testado até chegarmos num ponto em comum no quesito musical.. 
Gabriel Sielawa: Nos conhecemos com um certo empurrão do destino. Em 2013 o baterista Passarinho, natural de Recife, morava em um Centro Eco Cultural na zona rural de São José, onde aconteciam encontros musicais que uniram e movimentaram bastante o cenário artístico da cidade e foi ali que nos conhecemos e nos aproximamos. Como ideia inicial a formação seria essa já existente, mas por acaso não aconteceu de primeira, mudanças foram acontecendo até estarmos, finalmente, os quatro juntos em uma formação uníssona, que perpetua até os dias de hoje.

- Desde a revolução industrial que o Homem se tem distanciado cada vez mais da natureza, optando por viver em grandes cidades e havendo cada vez mais uma luta entre a consciência ecológica, virada para a natureza que combate acerrimamente contra uma postura utilitarista e industrialista que vê a natureza e recursos naturais apenas como fonte de lucro. Quais os vossos pensamentos e posições sobre o que está a acontecer actualmente na Amazónia? Para vocês que cresceram num meio do interior de uma grande cidade, percebemos que a natureza tem uma importância muito grande. Como foi escrever e compor o primeiro disco tão próximo dela?
Dom de Oliveira: A Amazónia, vista aqui do sudeste/sul do Brasil, locais mais industrializados, nos parece um lugar super distante, inalcançável, caro de se chegar e que faz parte mais de nosso imaginário do que nosso dia a dia. Parece mais uma quimera, algo que não faz parte aqui de tão longe que fica de nós. Isso se deve às nossas distâncias continentais, pelo fato do estado de São Paulo ser o mais rico e o que tem a maior concentração urbana do país. Mas esta distância é ilusória, pois como vimos nas últimas queimadas na região amazónica, existem “rios voadores”, que vêm diretamente da floresta, contribuindo de maneira significativa na umidificação dos ares de todo o Centro-oeste e sudoeste do país, incluindo São Paulo. Trazendo chuvas e não deixando que nossa região seja um deserto, assim como é a maioria das regiões do mundo onde passa o trópico de capricórnio. Na questão das últimas queimadas no norte, em vez dos rios voadores, vieram grandes quantidades de fumaça que escureceram todo o céu da região, demonstrando escancaradamente que dentro de nosso planeta e, ainda mais, de nosso continente sul americano não existe separação ou isolamentos. Somos um bioma único, integrado e que necessita uns dos outros para sua harmonia. Preservar é fundamental! Incluindo o direitos dos animais a viverem em um ambiente natural e saudável.

Sou contra o desmatamento da Amazónia por ser a forma mais arcaica, bruta, ignorante e estúpida de se lucrar com a região. Entendo que o consumo de carne é primordial nesta derrubada, que o consumo de madeiras nobres também o são, assim como o consumo de monoculturas para alimentação de animais para consumo humano. Principalmente gado. A questão é que temos - humanidade - que nos responsabilizar também se consumimos algo que prejudica outro local. A grande questão que percebo na Amazónia é: há muitas outras formas de se auto-sustentar com a floresta em pé, assim como fazem diversas comunidades que vivem bem com a terra. Bastaria estudo e conhecimento, que poderiam ser oferecidos e fomentados pelo Governo Brasileiro. Pois a floresta vale muito mais em pé financeiramente, vale mais viva. Assim como ela é fundamental para a sobrevivência da humanidade. 

No entanto, sustentabilidade aqui no Brasil não é sinónimo de lucro fácil, o que a maioria das grandes corporações e proprietários de terra querem, tudo isto em concluo com política e alguns políticos do país. 

Vejo que das únicas e efetivas atitudes que poderiam ajudar as florestas brasileiras são consumidores do mundo cobrando efetivamente a cadeia de produção brasileira e, assim, mudando seu consumo para um mais consciente. Boicotando desmatadores e empresas que lucram com a destruição da mata.

SOBRE A CRIAÇÃO DE NOSSO DISCO

A grande questão é que moramos realmente numa região que ainda possui uma parte de sua natureza, com diversidade biológica e de ecossistemas. Estamos muito próximos do banhado (encravada ao lado da zona central da cidade, uma enorme área verde, concha natural com 5,1 milhões de metros quadrados onde o rural e o urbano se encontram, literalmente, bastando atravessar uma rua), do litoral paulista todo envolto em florestas, da Serra da Mantiqueira em nossas costas e com muitos remanescentes florestais. Tudo isso é captado aqui na cidade em qualidade de vida. Estes aspectos também entraram bastante dentro de nossa capa do disco e em músicas como Manhã e Cidade Azul. 
No entanto, de nossa natureza em volta, o que mais influi simbolicamente é em nosso imaginário. Além, claro, importante explicitar que muitos de nossos ensaios acontecem na região rural de São José dos Campos, no Bairro dos Freitas. Esse contato constante é meio como respirar. Respiramos, mas não nos damos conta de como é fundamental, apesar de não prestarmos atenção. Mas está lá, fundamental e presente.

A capa traduz um sentimento muito exposto pela região do Brasil onde moramos: o Vale do Paraíba. O rio Paraíba do Sul e as montanhas da Serra da Mantiqueira, sempre próximas a nós, o lobo-guará, animal nativo da região e os frutos do café, que por muito tempo foi a principal engrenagem da economia local são as principais características ali explícitas. E o olho que tudo vê, tudo vê.


- No vosso disco "Tropsicodelia" há um tema com referência a divindades, como por exemplo, a Iemanjá no tema Além de Belém do Palá. Existe uma intersecção interessante entre o que Iemanjá representa, a força da natureza, a procura de um refúgio natural e algumas nuances de amor romântico e tudo num só tema. Quais as crenças ou convicções espirituais que guiam a vossa vida pessoal e também enquanto músicos e criativos?
Gabriel Sielawa: Somos efetivamente uma banda laica, que respeita as crenças de cada um (dentro e fora da banda), por isso não é possível dizer que são convicções espirituais específicas. Um de nossos integrantes é umbandista (religião afro-brasileira) e essa letra se deu nesse contexto. De certa forma podemos dizer, também, que mencionar esses guias espirituais também é uma forma de dizer que não esquecemos nossas raízes e nossos aprendizados que passamos de forma empírica ou racional. 
Dom de Oliveira: Eu me considero pagão, panteísta, fruto da natureza e à mercê das intempéries e calmarias, prazeres, dores, amores e sentires advindos do exterior e de nossas mentes. Somos a forma como o próprio universo tomou consciência de si. No geral, tudo é divino e nada é necessariamente mau, mas manifestação caótica do apanhado cósmico, que muitos chamam de Deus, outros apenas acaso. E vamos caminhando, humanidade, ainda sem saber para onde, mas caminhando. O que vale, portanto, dentro de nossa existência, é praticar o bem, para o nosso próprio bem.
Acredito que todas essas crenças e observações entram dentro de nossas canções também, indiretamente e, às vezes, diretamente.

- A vossa composição "Tchau" tem uma letra carregada de crítica social. Como é que vocês observam e o que pensam sobre a situação actual política, social e cultural no Brasil?
Gabriel Sielawa: Não somos favoráveis ao atual governo. Nessa música em específico dizemos indiretamente sobre a reforma da previdência, a qual havia uma necessidade de ser reformada, porém não nos moldes e o formato que está sendo apresentado atualmente no senado que visa apenas ou principalmente a aposentadoria e ao tratamento do governo para com os trabalhadores, trazendo novos transtornos, fechando um ministério com quase cem anos de existência e desvalorizando os seres humanos por trás do número, tirando direitos e necessidades. 
Dom de Oliveira: Estamos vivendo no Brasil uma áurea de Idade Média nos costumes, um conservadorismo imposto às artes pelo governo, uma cobrança de impostos gigantesca com extirpação dos direitos das pessoas à riqueza do país e aos serviços públicos básicos. Pagamos muito e recebemos pouco. O capital acima de tudo, privilégios somente a poucos.


Estamos vivendo no Brasil uma áurea de Idade Média nos costumes, um conservadorismo imposto às artes pelo governo, uma cobrança de impostos gigantesca com extirpação dos direitos das pessoas à riqueza do país e aos serviços públicos básicos. Pagamos muito e recebemos pouco. O capital acima de tudo, privilégios somente a poucos.


- Dom de Oliveira, além do teu trabalho com Dom Pescoço, também lançaste um EP, Mercado das Flores e um LP, Pequena Odisseia Mística. Ambos os álbuns têm uma forte noção de ritmo a nível lírico e algumas imagens poéticas, nomeadamente o tema Silêncio! Memórias que consta do EP. Quão importante é esta linguagem poética na tua criação musical?
Dom de Oliveira: Meu trabalho artístico sempre teve este aspecto poético muito forte. Escrevo poesia desde 2003 e acabei desenvolvendo uma forma de compor a escrita que não se separa muito da forma musical de publicá-la, a letra, a poesia dentro da música. Como minha “formação” na escrita foi lendo muitos poetas brasileiros - mais focadamente o ultrarromântico Álvares de Azevedo, os modernistas Manuel bandeira, Carlos Drummond e o inclassificável Augusto dos Anjos - eu trago naturalmente estas brincadeiras com os fonemas, o linguajar um pouco mais rebuscado e muitas figuras de linguagem. É importante para mim pois faz parte de meu jeito de ser, minha forma de escrever, mas como tende a ser menos popular admito que me frustra não ser tão bem entendido e aceito de primeira. Mas é parte de mim. Faço algo honesto.

Existe uma musicalidade engraçada e divertida na maneira como vocês brincam com certas palavras e com a sua sonoridade. Reparámos nisso, especialmente nos temas, Mutuca Bacana, Um Pé de Flor e Música contemporânea. Esses elementos dão uma cor mais vibrante e surrealista às vossas composições. É essa uma maneira de reconhecer a voz, também ela como um instrumento, sujeito a improvisações e que se liga aos outros instrumentos, em vez de algo mais concreto que segue uma linha poética e lírica mais linear? 
Gabriel Sielawa: Sem dúvidas, a voz é um instrumento melódico e potencialmente harmónico. No fim, mesmo de forma mais concreta e/ou linear, também é um instrumento componente da música como um todo. 
Essas músicas citadas na pergunta e algumas outras do disco como Além de Belém do Palá e La Ursa tem uma peculiaridade na forma de sua criação, aconteceram em momentos distintos de composições específicas para o álbum ou até mesmo para a própria banda. Foram criadas em momentos de descontração, brincadeira e contextualizadas conforme os arranjos novos iam surgindo. Acreditamos na força do impulso criativo e não quisemos desperdiçar.


- A capa do disco, além de apelativa é também intrigante. A arte da capa parece uma fusão de símbolos de várias culturas, assim como no vosso som, existe essa união entre vários continentes e culturas. Quais foram as ideias por detrás da criação da arte do disco?
Gabriel Sielawa: A proposta da capa do disco nos foi apresentada pelo Estúdio Miopia (com sede aqui em São José dos Campos, dirigido pelo artista Gustavo Magalhães), após algumas reuniões de contexto. As perguntas que nos foram feitas para terem como referência foram especificamente voltadas ao significado da banda em nossas vidas e qual sentimento queríamos passar, no fim sintetizadas com respostas sobre nosso meio, tanto artístico quanto físico. 
A capa traduz um sentimento muito exposto pela região do Brasil onde moramos: o Vale do Paraíba. O rio Paraíba do Sul e as montanhas da Serra da Mantiqueira, sempre próximas a nós, o lobo-guará, animal nativo da região e os frutos do café, que por muito tempo foi a principal engrenagem da economia local são as principais características ali explícitas. E o olho que tudo vê, tudo vê.

- Dom Pescoço já conta com 5 anos de existência, o que consideram como algumas das maiores conquistas ao longo desses anos?
Dom de Oliveira: Nossa maior conquista, de primeira e sem dúvidas, são as pessoas que acabaram se identificando, gostando e agora acompanham nosso trabalho. Sem esses apoiadores e apoiadoras nossa música não faria o menor sentido de ser. Nosso foco primordial é tocar, sensibilizar, divertir, fazer bem, intrigar, fazer refletir essa gente. Conquistar a atenção e o carinho dos ouvintes é o que mais gostamos e almejamos. E queremos muito mais. Estamos na lida e na busca para aumentar esse leque de “torcedores”. 
Em paralelo, o que mais nos deixa felizes são as ferramentas que construímos para chegar ao público: gravações em áudio, singles, ep, álbum. Tudo isso nos orgulha. Tem também nossos videoclipes que muito nos agrada. Ter feitos digressões pelo país e participado de diversas entrevistas para jornais, programas de rádio e alguns programas de TV que admiramos fazem parte deste rol de conquistas.


Sou contra o desmatamento da Amazónia por ser a forma mais arcaica, bruta, ignorante e estúpida de se lucrar com a região. Entendo que o consumo de carne é primordial nesta derrubada, que o consumo de madeiras nobres também o são, assim como o consumo de monoculturas para alimentação de animais para consumo humano. Principalmente gado. A questão é que temos - humanidade - que nos responsabilizar também se consumimos algo que prejudica outro local.


- São José dos Campos parece ser uma zona que faz intersecção entre a ruralidade e a urbe, como definem a cena cultural (música e outras artes) nessa região? O que é e como funciona o Catraca Cultural? 
Dom de Oliveira: “Mais urbanos que rurais. A roça que está em nós que não moramos na roça”. Viraram bordões essas frases para mim. São José dos Campos é peculiar na transição roça/cidade, rural/urbano, conexão centro caótico/paz da natureza. No entanto, somos bem urbanos no geral, principalmente a questão cultural contemporânea. Acho que o ficou literalmente da roça/natureza aqui na cidade é parte da culinária e a música tradicional caipira, pelo menos é o que lembro fortemente. E o fato de estarmos bem perto dela, é um refúgio, principalmente na hora de compor e fazer arranjos.
Na questão urbana, pelas ruas de São José dos Campos é notável as variadas iniciativas artísticas e culturais contemporâneas que brotaram de muita gente nova que já não espera acontecer e faz a hora. 
A cena cultural independente da região começou a pulsar mais fortemente a olhos vistos. É contínuo o surgimento de uma cena independente: bandas, coletivos, espaços culturais, estúdios de gravação, produção audiovisual, empresas de marketing cultural e muitas outras iniciativas que tiraram definitivamente o título “cidade dormitório” da cidade. Título este que a cidade sempre trouxe por também possuir um centro industrial bem forte, onde a máxima dizia “trabalho/casa/trabalho”. Já não é assim.

- O vosso videoclipe, Lábios de Papel, que prenuncia o lançamento de um futuro álbum para 2020, é editado com várias imagens de olhares e vocês salientam, a importância da comunicação nesse tema em específico. Como surgiu esse conceito e o que pretendem reafirmar através dele?
Dom de Oliveira: O clipe Lábios de Papel, na realidade, acabou surgindo de um outro videoclipe que foi abandonado por nós. Nós havíamos filmado outro trabalho diferente com roteiro, personagens, mas que não nos cativou. Mas vimos que o que mais nos chamava atenção nas captações era os olhares dos atores e atrizes. Deixamos de seguir aquele roteiro inicial e fomos trabalhar este viés do olhar. Entramos em contato com António Iandro, nosso editor de vídeos que mora o sul do país. Ele aproveitou um retiro para filmar, então, diversas outras pessoas. O resultado não poderia ter sido melhor: a conexão do olhar para dentro da proposta do videoclipe. Se é tão difícil olhar nos olhos das pessoas, aqui nós damos a pista: são gente como a gente. Vivamos! 

- A título de curiosidade geral, se pudessem fazer uma digressão com uma banda ou artista, ainda existente ou já não, quem é que escolheriam?
Dom de Oliveira: A grande questão, maior de todas, é que nós somos muito, muito plurais e ouvimos e somos influenciados diretamente por muitas bandas diversas. Se dissermos um artista apenas como referência estaríamos meio que “mentindo”. O que podemos escolher é, por exemplo, a música brasileira como um fortíssimo norteador de nosso trabalho. 

- Tropsicodelia é um disco muito diverso e imprevisível porque o vosso som brinca muito com certas sonoridades. Como vocês afirmaram, são também uma banda muito "lúdica" e existe um carácter muito relaxado e de bom-humor na vossa música. Estamos curiosos em relação ao próximo disco que vai sair em 2020. Já lançaram a música, Lábios de Papel e o respectivo videoclip mas o que é que podem adiantar mais sobre o futuro álbum?
Dom de Oliveira: Com este “novo” desgoverno conservador no Brasil entramos em um tempo muito estranho. Minguante para a música e ao fomento à cultura em geral. A atmosfera é de ataque aos artistas, junto ao corte de verbas que incentivam a arte que, justamente, não foca no apelo comercial e de mero entretenimento. Deste deste contexto, já não sabemos com exatidão quando conseguiremos lançar o novo disco. São tempos de vacas magras para todos os artistas que não estão no “mainstream” ou não fazem música comercial, líquida, facilmente vendável. Artistas autorais tem diversas intempéries no país para serem ouvidos e valorizados. Por uma questão cultural - as pessoas ainda não querem investir tempo e dinheiro em atrações que não conhecem a fundo - e por uma questão de políticas públicas - não se investe na educação não-formal destas pessoas, incentivando-as a frequentarem espaços de música autoral.

Dada esta atual conjuntura, o que podemos dizer é que vamos trabalhar com o que aparecer para nós e tentar potencializar. Estamos para fazer alguns shows no final do ano e com eles vamos nos organizar melhor para focar na produção de um novo disco para 2020. Atualmente esta é nossa meta. Estamos torcendo por nós também (risos). 

Aparentemente, a atmosfera deste nosso novo disco seria mais debochada e um dos aspectos que gostaríamos de trazer é um pouco mais de romantismo e crítica social. Coisas que falamos menos em nossas canções. Tem também as questões quiméricas, sonhos, devaneios… talvez entre com mais força também. Falo isso baseado nas composições que já temos prontas. Estão interessantes. Excêntricas e interessantes. Vocês não perdem nadinha por esperar. Só vamos!

Texto e entrevista: Cláudia Zafre
Banda: Dom Pescoço
Entrevistados: Dom de Oliveira, Gabriel Sielawa