© Elisa Moreira Oieno |
Este novo ressurgimento musical da estética audiovisual setentista tem sido uma aposta de algumas bandas. Os Antiprisma, uma das bandas da cena indie brasileira, lançam o segundo álbum Hemisférios, via Alcalina Records. Referências que deambulam entre o rock da década de '70 e o noise-rock de '90. O duo formado por Elisa Moreira e Victor José inaugura uma nova fase musical, com guitarra, bateria e piano.
Podem falar como se dá esta nova fase Antiprisma?
Elisa: Acho que estamos numa fase de experimentação, e estamos preparando novas abordagens para apresentar nossas músicas, além de estar tocando com uma banda cheia, que já é em si uma novidade para nós.
Elisa: Acho que estamos numa fase de experimentação, e estamos preparando novas abordagens para apresentar nossas músicas, além de estar tocando com uma banda cheia, que já é em si uma novidade para nós.
Diferentemente do disco de estreia, “Planos Para Esta Encarnação” (2016), no segundo álbum a ideia de Antiprisma passou por uma maior exploração. Enquanto aprendiam a mexer com o equipamento de home studio, o “Hemisférios” foi surgindo. Já na fase de pré-produção, as faixas foram concebidas para terem guitarra, bateria e piano.
O tema Fogo mais Fogo traz um sentimento de nostalgia setentista. É nesta estética sonora que mais se encaixam?
Elisa: Realmente, nós temos muita influência setentista, não só da música, mas do cinema, da arte, do pensamento... Não sei dizer se é a que nós mais nos encaixamos, porque temos outras referências importantes para nós também, mas talvez no caso da Fogo Mais Fogo seja realmente uma estética predominante, principalmente porque nesta música pegamos elementos de psicodelia e de sons orientais, que são coisas que foram muito exploradas nos anos 70.
Elisa: Realmente, nós temos muita influência setentista, não só da música, mas do cinema, da arte, do pensamento... Não sei dizer se é a que nós mais nos encaixamos, porque temos outras referências importantes para nós também, mas talvez no caso da Fogo Mais Fogo seja realmente uma estética predominante, principalmente porque nesta música pegamos elementos de psicodelia e de sons orientais, que são coisas que foram muito exploradas nos anos 70.
“Dessa vez, não tínhamos mais a pretensão de manter o formato minimalista acústico como aconteceu nos primeiros trabalhos, em que as músicas foram gravadas com a intenção de serem tocadas ao vivo, necessariamente em dupla. Acho que as referências que estão ali são as que sempre estiveram no som do Antiprisma, mas agora talvez de forma mais direta por conta de ter mais elementos no som.”, define Elisa Moreira Oieno.
Uma voz feminina e masculina é uma das características de Antiprisma, porque decidem apostar nessas harmonizações e como funcionam? Quem escreve as canções e como criam a parte instrumental? É um processo colectivo ou individual?
Elisa: Foi um processo natural isso de cantarmos em harmonia, nós simplesmente vimos que nossas vozes encaixavam bem e seguimos fazendo harmonias nas nossas canções. No Antiprisma temos canções com letras do Victor, outras com letras minhas e outras escritas pelos dois. No Hemisférios, a maioria das letras são do Victor, apesar de eu dar meus pitacos. A parte instrumental é sempre criada pelos dois. Em algumas faixas, como a “Caos”, por exemplo, o Victor chegou com uma linha de violão e eu criei a melodia para voz, depois ele criou a letra.
Elisa: Foi um processo natural isso de cantarmos em harmonia, nós simplesmente vimos que nossas vozes encaixavam bem e seguimos fazendo harmonias nas nossas canções. No Antiprisma temos canções com letras do Victor, outras com letras minhas e outras escritas pelos dois. No Hemisférios, a maioria das letras são do Victor, apesar de eu dar meus pitacos. A parte instrumental é sempre criada pelos dois. Em algumas faixas, como a “Caos”, por exemplo, o Victor chegou com uma linha de violão e eu criei a melodia para voz, depois ele criou a letra.
É também em “Hemisférios” que Elisa e Victor se envolvem mais do que nunca: tocam mais instrumentos do que nos registros anteriores, além de criarem a capa e serem responsáveis pela produção.
“Esse é um projecto de imersão, mesmo. Levou um bom tempo para ser concluído, sem pressa, o que fez com que a gente pudesse aprimorar com calma o que a gente queria transmitir”, finaliza Victor.
© Elisa Moreira Oieno |
Nesta nova época Antiprisma decidem apostar no que não haviam apostado anteriormente, compor canções instrumentais. Existe uma preocupação mais ambiental neste álbum?
Victor: Acho que as músicas foram surgindo aos poucos, cada uma pedindo algum tipo de sonoridade e estrutura, e música instrumental é uma coisa que sempre chamou a nossa atenção. A ideia durante a concepção desse disco foi essa vontade de abrir mais espaço no som, então acabou surgindo daí “Lunação” e “Cenário”, por exemplo.
Victor: Acho que as músicas foram surgindo aos poucos, cada uma pedindo algum tipo de sonoridade e estrutura, e música instrumental é uma coisa que sempre chamou a nossa atenção. A ideia durante a concepção desse disco foi essa vontade de abrir mais espaço no som, então acabou surgindo daí “Lunação” e “Cenário”, por exemplo.
Para alguns momentos de "Hemisférios", o duo contou com mais artistas convidados, como Roger Alex, João Rocchetti (Vitreaux) e Pedro Pelotas (Cachorro Grande), Marlon Marinho, Lua Gior e Rafael Gamadan. A mudança na sonoridade também é percebida nos palcos, graças ao envolvimento com a cozinha que acompanha o Antiprisma ao vivo, formada pela baterista, Ana Zumpano (ex-Lava Divers), e o baixista, Rafael Bulleto (ex-BIKE). Ouçam o álbum Hemisférios, um trabalho coeso que fica no ouvido.
Texto e Entrevista: Priscilla Fontoura
Banda: Antiprisma (Victor e Elisa)
Vídeo: Antiprisma "Fogo Mais Fogo", direcção, fotografia e produção geral: Elisa Moreira Oieno; Edição: Elisa Moreira Oieno e Tamye Porcelani