O género do terror na literatura e no cinema é um campo vasto para as imaginações mais expansivas, exploratórias e, por vezes, divertidas, pois a união do humor com o terror começou a ganhar pernas há muitas décadas e foi, um pouco mais tarde, nos anos 80 que ganhou braços, tentáculos e muitas outras mutações corpóreas.
Durante os anos 80 foram muitos os filmes que fundiram dois géneros aparentemente díspares, mas cuja fusão deu origem a uma multitude de clássicos como Braindead e Meet the Feebles de Peter Jackson ou Brain Damage de Frank Henenlotter. Também houve espaço para caricaturar o género do terror com sátiras de génese absurda como Transylvania 6-5000 de Rudy De Luca. Nada como fazer esgares de horror precedidos ou procedidos de uma boa gargalhada.
Grady Hendrix é um escritor e argumentista responsável pelos guiões de filmes como Mohawk de Ted Geoghegan e o extremamente bem conseguido Satanic Panic realizado por Chelsea Stardust.
Satanic Panic é um filme recente e modernizado, mas com alguns tiques dos anos 80, na sua mestria de equilíbrio entre humor e terror. A narrativa gira à volta de uma jovem que entrega pizzas e que, certo dia, depara-se com um encontro de uma seita satânica de pessoas ricas e influentes. Apesar da temática supostamente negra, o filme consegue arrancar sorrisos das maneiras mais inesperadas e criativas.
No campo dos romances, Hendrix escreveu Horrorstör, My Best Friend’s Exorcism, Paperbacks from Hell e, mais recentemente, Southern Book Club’s Guide to Slaying Vampires.
My Best Friend’s Exorcism é uma história que reflecte profundamente sobre o valor e importância da amizade, ao mesmo tempo que discorre numa narrativa com um plot de horror sobrenatural. Há também uma dose generosa de revivalismo dos anos 80 para os mais saudosos.
Hendrix partilha connosco o seu conhecimento ímpar do género de terror no seu guia Paperbacks from Hell que relata cronologicamente o género desde o início dos anos 70 e o seu consequente boom durante os anos 80. É um livro essencial para quem quer conhecer mais livros do género.
Grady Hendrix assume que só consegue escrever terror (e ainda bem) porque o seu estilo e identidade formam uma entidade carismática, assustadora, conquanto irresistivelmente divertida.
Perguntámos a Grady Hendrix as suas referências para 5 livros, 5 canções, 5 Filmes/Séries e aqui estão:
Livros:
- True Grit, Charles Portis
- We Have Always Lived in the Castle, Shirley Jackson
- When Darkness Loves Us, Elizabeth Engstrom
- Elizabeth, Ken Greenhall
- The Tribe, Bari Wood
- True Grit, Charles Portis
- We Have Always Lived in the Castle, Shirley Jackson
- When Darkness Loves Us, Elizabeth Engstrom
- Elizabeth, Ken Greenhall
- The Tribe, Bari Wood
Canções:
Já não ouço álbuns, eu normalmente ouço as mesmas canções repetidamente
- Hazy Shade of Winter, The Bangles
- Beginnings, Astrid Gilberto
- Are You Leaving for the Country?, Karen Dalton
- The World’s a Mess, It’s in My Kiss, X
- The Shining, Main Title Theme, Wendy Carlos
Filmes/séries:
- Peking Opera Blues, Tsui Hark
- Suspiria, Dario Argento
- Notorious, Alfred Hitchcock
- Return of the Living Dead, Dan O’Bannon
- Love on Delivery, Lee Lik-chi
- TRANSLATION -
The horror genre in literature and film is a vast field for the more expansive, exploratory and sometimes, hilarious kinds of imaginations, since the fusion of humor and horror started gaining legs many decades ago and achieved arms, tentacles and other bodily mutations in the 80’s.
During the 80’s there were several movies that fused two genres seemingly opposite but whose fusion originated a vast array of classic such as Braindead and Meet the Feebles by Peter Jackson or Brain Damage by Frank Henenlotter. There was also space for satire on the horror genre with absurdist comedies likes Transylvania 6-5000 by Rudy De Luca. There’s nothing quite like terrorized facial expressions before or after some good heartfelt laughs.
Grady Hendrix is a writer who is responsible for the scripts of movies like Mohawk directed by Ted Geoghegan and the extremely well accomplished Satanic Panic by Chelsea Stardust.
Satanic Panic is a recent and modern film but with some throwbacks from the 80’s in its mastery of equilibrium between humor and horror. The narrative revolves around a young woman who delivers pizzas and one day encounters a meeting of a satanic cult of the rich and influential. Even tough the theme is supposedly dark in nature, the movie can make us laugh with its creative and unexpected situations.
In literature, Grady wrote Horrorstör, My Best Friend’s Exorcism, Paperbacks from Hell and more recently, Southern Book Club’s Guide to Slaying Vampires.
My Best Friend’s Exorcism is a story that reflects the real value and importance of friendship while at the same time develops a plot that is based on supernatural horror. There is also a generous dose of 80’s revival for those who are missing those times.
Hendrix shares with us his unique knowledge on the horror genre in his guide Paperbacks from Hell that tells the story of the genre since the beginning of the 70’s and its boom during the 80’s. It’s an essential book for those who want to know more about the genre.
Grady Hendrix admits that he can only seem to write horror and that’s good because his own style and identify form an entity that is charismatic, frightening but sometimes, irresistibly funny.
We asked Grady Hendrix his recommendations for 5 books, 5 songs, 5 films/TV Shows and here they are:
Books:
- True Grit, Charles Portis
- We Have Always Lived in the Castle, Shirley Jackson
- When Darkness Loves Us, Elizabeth Engstrom
- Elizabeth, Ken Greenhall
- The Tribe, Bari Wood
Songs:
I don’t really listen to albums anymore, I mostly listen to the same songs over and over
- Hazy Shade of Winter, The Bangles
- Beginnings, Astrid Gilberto
- Are You Leaving for the Country?, Karen Dalton
- The World’s a Mess, It’s in My Kiss, X
- The Shining, Main Title Theme, Wendy Carlos
Films:
- Peking Opera Blues, Tsui Hark
- Suspiria, Dario Argento
- Notorious, Alfred Hitchcock
- Return of the Living Dead, Dan O’Bannon
- Love on Delivery, Lee Lik-chi
Texto | Text: Cláudia Zafre
Escolhas | Choices: Grady Hendrix
Imagens cedidas pelo artista
Images courtesy of the artist
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