As girafas supostamente não conseguem nem sabem dançar, no entanto, apenas precisam de encontrar a canção perfeita que as tornará as melhores dançarinas de sempre. Essa é uma das premissas de um livro infantil que Gary Numan lê a uma das suas filhas no final do documentário. Pai, marido e músico consagrado, Gary Numan voltou em 2016 depois de três décadas com um dos seus melhores discos, Splinter, aclamado pela crítica e fãs mundialmente.
Este documentário realizado por Steve Read e Rob Alexander divide-se tematicamente entre a persona musical encarnada por Gary Numan e a sua vida pessoal, casado há vários anos e pai de três filhas encantadoras.
Gary alcançou a fama relativamente jovem com apenas 21 anos de idade ao lançar o seu debut Replicas, em 1978 com o single Are Friends Electric?. O músico descobriu o poder transformativo do sintetizador e a partir daí nunca mais conseguiu destrinçar-se do instrumento, acreditando que o seu som era o do futuro.
O documentário é composto pelo acompanhamento da vida familiar de Gary, imagens de arquivo e footage de concertos. Os seus pais que o acompanharam ao longo da sua carreira musical são também entrevistados e há um foco subtil na sua vida ao lidar com aspergers, tendo sido diagnosticado com essa condição desde muito cedo.
Gary Numan inspirou e inspira um sem número de músicos, entre eles, Dave Grohl dos Foo Fighters e Trent Reznor dos NIN com quem fez uma digressão. Dave Grohl fez uma versão de Friend Called Five de Numan, que se tornou bastante popular e que foi incluída num dos discos de banda-sonora da série X-Files, mais especificamente no disco, Songs in the Key of X.
É um documentário essencial para quem quer conhecer melhor o músico, tanto a nível pessoal como profissional.
Texto: Cláudia Zafre
Imagens: Frames do documentário Gary Numan: Android in La La Land
