sexta-feira, 8 de maio de 2020

Numa relação séria com a Netflix: Freud (2020)



Um pouco à imagem da série Penny Dreadful no que concerne à estética e género, a netflix distribui pela primeira vez uma série austríaca. Freud é o nome que a série toma de empréstimo e tem como eixo a figura histórica da vida real, contudo a série não é um biopic

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, é retratado na fase de jovem adulto em busca de procurar novas soluções para curar o problema da histeria, que só pode ser solucionada assim que o paciente sob o efeito de hipnose faça uma visita ao seu inconsciente, processo mental onde se localizam os medos e anseios. A série é um retrato à época e acontece em 1886, em plena cidade de Viena, onde vivem cidadãos de todos os géneros. Na fase em que o iluminismo seria uma corrente em expressão, várias experiências criadas a convite de uma pequena elite davam acesso ao inconsciente e aos poderes do esoterismo. Freud, curioso e convencido de algumas formulações que terá vindo a desenvolver, é vexado e alvo de uma forte oposição dos seus colegas da academia quando apresenta teorias revolucionárias.


No século XIX, as teorias psicanalíticas começavam a ganhar notoriedade e a hipnose, uma das técnicas utilizadas, enfrentava resistência perante a elite académica. 

Na série, Freud, ao lado de um inspector e veterano de guerra Alfred Kiss e da médium Fleur Salomé, tenta seguir o rasto de um assassino em série. No final de contas a investigação acaba por revelar uma grande conspiração no coração de Viena. 

No que respeita à banda-sonora encontram-se semelhanças com a série alemã Dark. Ainda não se sabe para quando estará previsto o lançamento de outra temporada, uma vez que a plataforma de streaming dos EUA toma qualquer decisão com base na quantidade de visualizações; examinará cuidadosamente as classificações para decidir se renovará a série ou não. Resta aguardar.

Texto: Priscilla Fontoura
Série: Freud, 2020