Quem se lembra da Ana dos Cabelos Ruivos? Aquela menina que cresce devagarinho.
Assim começa o voice over da animação, dirigida por Isao Takahata:
"Era o ano de 1870, no mês de Junho, um Junho invulgarmente quente e bonito, pois nesta altura do ano costumava estar ainda muito frio aqui na ilha do Principe Eduardo, no Canadá. A menina que atravessava de barco do continente para a ilha deliciava-se com o sol quente, o seu nome era Ana."
Ana com A, ou Anne with an E em inglês, tem toda a magia necessária para fazer qualquer pessoa de qualquer idade sonhar. Filmada de uma maneira que parecem canções folk, todo o enredo torna esta série um tempo bem passado quer sozinho, quer acompanhado. Saltam à vista as personagens, os décors, a banda-sonora, todo o imaginário presente na adaptação de Anne of Green Gables, escrita pela canadiana Lucy Maud Montgomery. Nos finais dos anos 70 foi também realizada uma animação exibida no canal japonês Fuji Television.
Anne é uma menina orfã adoptada por um dois irmãos que vivem num meio rural. Anne tem toda a tenacidade, drama, vigor, paixão pela vida, loucura saudável de uma criança que não pára de dar vida às suas histórias com alma e cor, uma menina de longos cabelos ruivos que contagia toda a comunidade onde vive.
A série distribuída pela Netflix, escrita por Moira Walley-Becket, serve para dias mais intimistas passados com a família em casa. Uma série que convida à ligação intergeracional mediada pelo ecrã, principalmente durante esta época de confinamento.
Texto: Priscilla Fontoura
Numa relação série com a Netflix: Anne with an E