Nascido de uma necessidade imensa de confluir influências, inspirações sónicas e géneros, o Projeto Secretos Macacos é uma banda jovem que reúne vários géneros musicais numa convergência melódica e cativante. A banda composta por Fábio Viana (Guitarra e Violão), Thales Campêlo (baixo), Rodrigo Jorge (bateria) e Jacob Franco (teclados, banzeiro, ganzá, kalimba, tambor de trovão, percussão e samples) encontra a sua inspiração em vários cenários desde o contexto urbano até à harmonia selvática da selva amazónica.
- O Projeto Secretos Macacos é bastante jovem ainda. Como é que começou a banda e em que bandas/projectos participaram antes?
O projecto começou com a proposta de fazer um som experimental e instrumental com temas e simulações sonoras que remetem ao quotidiano urbano, da periferia com a proposta de colectividade, então foi composta por membros de outras bandas de punk rock, jazz, hardcore e world music, com base de misturar nossas influências e tentar ter uma sintonia de forma universal e fazer algo que não havíamos feito antes, pois foi um projecto paralelo que se tornou banda.
O projecto começou com a proposta de fazer um som experimental e instrumental com temas e simulações sonoras que remetem ao quotidiano urbano, da periferia com a proposta de colectividade, então foi composta por membros de outras bandas de punk rock, jazz, hardcore e world music, com base de misturar nossas influências e tentar ter uma sintonia de forma universal e fazer algo que não havíamos feito antes, pois foi um projecto paralelo que se tornou banda.
- A banda tem inúmeras influências e faz saltos entre vários géneros musicais. Temos lembranças de Primus, Secret Chiefs 3, entre outras bandas que desafiam convenções e géneros. Que bandas/projectos/músicos vos influenciaram e continuam a influenciar?
Hermento Pascoal, Fantômas, John Zorn, Naná Vasconcelos, Uakti e música experimental em geral.
Hermento Pascoal, Fantômas, John Zorn, Naná Vasconcelos, Uakti e música experimental em geral.
- A vossa música é inteiramente instrumental. Essa
decisão é consciente ou parte de uma estética sonora inata que vos permite uma
melhor exploração de texturas e camadas sónicas?
É uma estética sonora que nos permite explorar os sons em si, sons da cidade, sons urbanos, sons da natureza, sons de gotículas de água ao som de uma perseguição policial e muito som de ambiência.
- Como é que têm vivido esta crise de pandemia e
observado a situação no Brasil?
Para a banda está sendo difícil, pois tínhamos planos de tocar em outras regiões do Brasil e até em outros países, porém tudo teve que ser cancelado/adiado. Estamos tentando a nos adaptarmos ao novo normal, programando transmissões ao vivo e em meio de tudo isso temos que lidar com o fato de que o nosso país não tem a mínima estrutura para suportar essa pandemia, somado ao fato de termos um governo fascista que despreza o vírus.
- Quão importante é o improviso e as jam sessions para
o desenvolvimento dos vossos temas?
As jams e improvisos são características marcantes na maioria das composições, porém não trabalhamos com regras e formulas nas nossas composições, vai muito do feeling, do que a música pede. As jams e os improvisos ao vivo nos permitem, por exemplo, fazer um show diferente do outro, mesmo com o mesmo set list. Podemos soar bem pesados em uma apresentação, e em outras podemos fazer algo completamente diferente, nos adaptando a cada público/situação.
- A vossa sonoridade funde a modernidade com sons mais
tradicionais. Quão importante é essa fusão para vocês e o que querem expressar
com o nome do disco Experimental Jazzcore Jungle?
A fusão das sonoridades é extremamente importante e acontece de forma natural. É directamente relacionada às referências do projeto. Esse nome remete ao experimentalismo sonoro feito na floresta amazónica e na cidade, o contraste entre o urbano e o bucólico. Em algumas faixas dá para notar alguns trechos de jazz em que tentamos misturar com o hardcore/punk, uma coisa que gostamos muito e veio naturalmente na maioria das composições do álbum, daí o termo Jazzcore. O nome diz o que é o álbum.
- O que nos podem ou querem revelar sobre o que andam
a preparar para este ano de 2020?
Antes da pandemia a banda já estava em contacto com produtores para possíveis digressões pelo Brasil e estamos também tentando algo fora do país. Agora estamos nos adaptando a esse novo normal. Estamos produzindo conteúdos relacionados ao álbum para serem lançados em breve, assim como lives independentes e em festivais online.
Texto e Entrevista: Cláudia Zafre
Entrevistado: Fábio Viana (Guitarra e violão) Projeto Secretos Macacos