“Rock over London, Rock on Chicago”, era com esta catchphrase que Wesley Willis acabava a maior parte das suas canções, popularizadas por serem quase sempre curtas, constituídas por três ou quatro acordes e com temáticas que variavam entre super-heróis, pessoas que Willis conhecia, acontecimentos do quotidiano ou referências sociais e culturais da época. Willis nasceu em 1969 numa família numerosa e foi diagnosticado com esquizofrenia no final dos anos 80, o que não o impediu de se tornar uma autêntica rock star no circuito independente e gravar cerca de cinquenta discos.
Neste documentário realizado por Daniel Bitton temos acesso a footage de Willis no seu quotidiano, a gravar as suas canções e a vender discos a editoras independentes. A sua música era um misto de spoken word com acompanhamentos de Casio, e as suas letras variavam entre apontamentos bizarros e frases memoráveis como I whupped Batman’s ass. O documentário apresenta-nos um artista pouco usual, motivado e com uma persistência inigualável na sua odisseia de fazer mais e mais música. É uma slice of life de um artista cuja presença continua incontornável no meio independente e do mundo da denominada “outsider music”.
Texto: Cláudia Zafre
Imagem: Frames do documentário Wesley Willis